Preparação:
Para nossa
primeira via de parede no Rio de Janeiro-RJ, Gustavim, Pastor, Tata e eu
(Gilberto Siva) decidimos pela clássica via dos italianos com secundo 270m (5º
V E1 D1/D2) que leva ao cume do pão de açúcar. É uma linha linda, logo abaixo
dos cabos de aço por onde passam os bondinhos.
Nossa base de
informação foi o Guia de Escaladas URCA, do Flavio Daflon e Delson de Quiroz,
além de relatos da internet. Os croquis e informações do livro do Daflon são
bons. Eu estava com uma versão mais antiga, de 2004, ao compará-la com a mais
atual, preferi a minha, pois continha menos informação desnecessária (outras
vias e variações). O croqui estava simples e bom.
A via é 100% de
proteções fixas. São necessários uma corda de 60m e pelo menos 13 costuras com
fitas longas (40cm.. 60cm.. 1,2m).
Aproximação:
Chegar até a via é bastante simples. Obviamente qualquer taxi te
leva até o pão de açúcar. Daí basta seguir a pista Claudio Coutinho por cerca
de 700m e a entrada da trilha estará a sua esquerda. A trilha é muito usada
tanto para quem quer alcançar a face oeste do pão de açúcar quanto para os
turistas que desejam subir a pé até o morro da Urca, primeira parada do
bondinho. O caminho é bem aberto, porém íngreme. É cerca de 1km, que dura cerca
de 20/30min de caminhada até a base da via dos Italianos. Deve-se virar a
direita na bifurcação principal entre morro da Urca/pão de açúcar, e depois
seguir sempre reto independente das bifurcações. Difícil errar.
Inicio da trilha que dá acesso a via italianos com secundo |
A Escalada
Completamos
nosso café da manha na lanchonete que abre às 6 horas na pracinha onde inicia a
pista Claudio Coutinho. Seguimos a trilha e chegamos por volta de 7:30 na base
da via. Para nossa decepção já havia um trio de gaúchos na nossa frente, e, 10
minutos depois chegou outra dupla que acabou desistindo, pois, iniciariam a
escalada muito tarde. O sol começa a bater na via por volta de 11 horas
(estávamos no horário de verão).
Para cordadas que estão indo
pela primeira vez, é necessário cuidado para identificar a linha dos primeiros
grampos da via. A variante Artéria da Alucinação (7o grau técnico) é bem mais
visível e obvia que a linha dos primeiros três grampos da italianos, isto pode
certamente causar enganos. Os primeiros grampos da italianos seguem bem bela
caneleta, não chega bem a ser uma fenda, e depois vira a direita se juntando a
Artéria da Alucinação.
Nosso
grupo era dividido em duas cordadas: 1 - Gustavinho e Pastor, 2 - Tata e eu. O
trio gaúcho permitiu que nossa primeira cordada iniciasse na frente deles,
parece que estavam interessados em alguém passar a primeira proteção para eles.
Nesse momento eu já estava numa ansiedade brava pra começar a escalar e bem
decepcionado com a espera que a principio seria necessária, isto indicava que
iríamos gastar bem mais tempo que o previsto e provavelmente escalar num sol
escaldante.
O Gustavo não
teve problemas para vencer a primeira enfiada rapidamente, seguido pelo Pastor.
Logo em seguida o guia do trio gaúcho começou sua escalada num ritmo lento,
aparentando dificuldades com o nível da via. Eu pedi então para escalar ao
mesmo tempo em que ele, pois, de toda forma usaríamos uma parada acima da que
eles pretendiam usar. Ultrapassei-o no crux, pude então ajuda-lo a passar sua
corda na próxima proteção. O lance do crux é bem técnico, os regletes são
pequenos, porém, a parede é levemente positiva. Deve-se subir um pé esquerdo
bem alto, próximo ao grampo, enquanto o pé direito está num agarrão em forma de
sorriso. Eu não hesitei em subir o pé logo no grampo e toquei rapidamente.
Tamires Vargas (Tata) chegando na primeira parada da Via dos Italianos |
A segunda
enfiada foi tranquilamente guiada pela Tamires, seguimos este ritmo revezando
as enfiadas até o cume. A escalada continuou com o mesmo estilo: agarras
pequenas, muita opção de pés, parede levemente positiva, visual incrível e
muita curtição.
Gilberto Silva chegando no platô do fim da via dos Italianos |
Gilberto Silva chegando ao final da travessia entre a via dos italianos com a via Secundo |
A via
secundo é no mesmo estilo da via dos italianos, com exceção da última enfiada,
que tem um estilo diferente: pedra menos croquenta, mais positiva e com muitos
lances de oposição em fenda. Mas o grau nunca varia muito, é sempre um 5, ou
5sup por aí. Alguns esticões normais, nada de assustador.
Tamires Vargas (tata) chegando na parada da 5 enfiada da via italianos com secundo |
Gastamos 5 horas
aproximadamente, é possível fazer a via tranquilamente em algo em torno de 4
horas. Mas o mais interessante é ir com calma curtindo o visual. Em nosso ritmo
teríamos pegado sol no fim da via, mas por sorte estava nublado.
A descida é
tranquila, pode-se pegar o bondinho “de grátis” até o morro da Urca, a partir
daí deve-se seguir a pé. Ao descer a trilha do morro da Urca chegasse ao mesmo
ponto do início de toda jornada. Neste momento dá uma sensação boa de pensar em
quanta coisa interessante aconteceu entre a subida e a descida desta mesma
trilha.
Gustavo Veiga (gustavim), Bernardo Pastorine (Pastor), Gilberto Silva (betão) e Tamires Vargas (tata) chegando ao cume do pão de açucar!!! |
Autor do relato: Gilberto Martins Assunção Valadares da Silva
Rurul!
ResponderExcluirExcelente conteúdo! Mas fazer o croqui em vermelho foi osso... fazendo em branco o contraste ficaria ótimo! Valeu!!
ResponderExcluirKanarya Adaları yurtdışı kargo
ResponderExcluirKanada yurtdışı kargo
Kamerun yurtdışı kargo
Kamboçya yurtdışı kargo
Jersey yurtdışı kargo
T0M